Nossa história

Em 2020 a Convenção Batista Pioneira completará 110 anos de história, com uma grande e abençoada herança e uma visão que a impulsiona a cumprir sua missão de “promover a comunhão e a cooperação das igrejas em ações missionárias e sociais”.

A motivação para a criação da então chamada Convenção das Igrejas Batistas Alemãs do Rio Grande do Sul, na Linha Formosa de 15 a 17 de maio de 1910 era unir as igrejas batistas “para evangelizar o povo do sul do Brasil”[1], a saber: Rio Novo (Letos de Angelina, SC); Formosa (Alemães de Santa Cruz do Sul, hoje Vale do Sol, RS); Rio Mãe Luiza (Letos de Criciúma, SC) Ijuí Linha 11 Leste (Letos na atual Bozano, RS); Porto Alegre, RS (Alemães); e Neu-Württemberg (Alemães, atual Panambi, RS). Eram seis igrejas que se comunicavam em três diferentes línguas (Alemão, Leto e Português).

No início grande desafio enfrentado era a falta de pastores, e numa solução temporária pastores se tornaram itinerantes. A carência de obreiros, porém, favoreceu o desenvolvimento de liderança leiga especialmente para a juventude e o ensino bíblico, bem como um florescente ministério musical com bons músicos, corais e orquestras de sopro.

As igrejas das primeiras décadas eram “igrejas de colonos”, posto que apenas 16% da população brasileira vivia em cidades. Outras informações contextuais causaram influência nas igrejas: a efervescência revolucionária caracterizada pela “Coluna Prestes”[2], a influência da retomada da imigração europeia após o término da primeira guerra mundial e as migrações internas no Brasil. Porém as igrejas evangelizavam e integravam os novos crentes de maneira exemplar.

O crescimento proporcionou a criação da Junta de Mocidade e EBD, a atual JUMAP, no dia 06 de julho de 1925. A Junta de Mocidade e Adolescentes da Pioneira comemorou noventa anos durante seu congresso de 2015, com mais de 500 jovens reunidos no Acampamento Batista Pioneiro (ABP), na Linha 11 em Ijuí (atual Bozano, RS).

A ditadura getulista no Brasil e a explosão da Guerra das guerras em 1939 provocou muitas dificuldades aos Batistas Pioneiros, especialmente por causa das leis de nacionalização. Um exemplo disto foi a mudança no encarregado do órgão de comunicação chamado na época de Missionsbote.[3] O editor teria que ser brasileiro e nos cultos “as prédicas religiosas deverão ser feitas na língua nacional”.[4]

Outra providência foi a criação da Associação das Igrejas Batistas Teuto-Brasileira do RS, (Associação) em substituição à convenção, e a filiação à Convenção Batista do Rio Grande do Sul, o que ocorreu em fevereiro de 1940, na 8ª assembleia da CBRS e estendeu-se até 1965[5], quando se deu a autonomia adotando o nome de Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil.

Tendo em vista a visão social presente entre os “Pioneiros”, em 1955 nasceu o Altenheim[6] – Lar de Idosos Tabea, a primeira instituição social da Convenção, através da Sociedade Tabea. (LIT)

Em 1960 as comemorações do Jubileu de Ouro foram marcadas por atividades especiais, e produzido um filme intitulado “Jubiläumsfilm der Vereinigung deutchsprechender Baptisten Brasiliens”, com slides incluindo informações de todas as igrejas filiadas e suas congregações.[7] Juntamente com a ação social estava a ênfase na evangelização. Uma curiosidade é o uso do termo “Zequinha”, que mais tarde passou a identificar os participantes do Acamzeca, nasceu de um esforço evangelístico e missionário denominado “Missionswagen: A Capela Ambulante”[8] que apresentava o boneco que falava.

Ainda em 1960, após a realização do Congresso da Aliança Batista Mundial no Rio de Janeiro, os alemães foram convidados a visitar diversas igrejas, e como fruto intensificou-se o auxílio vindo da Alemanha para o trabalho convencional. Outro fruto, foi a organização da União Geral de Senhoras[9], precursora da JUFEMI.

A nova estrutura jurídica criada em 1965 proporcionou a autonomia necessária para que as ideias que fervilhavam na Associação viessem a desenvolver-se, como gênese das juntas, a saber: Junta Executiva, Junta de Missões, Junta de Mocidade e EBD, e Junta de Serviço Social. Um novo logo estampado num carimbo marcou o início das atividades da 51ª Assembleia, a primeira após a autonomia recém conquistada.

Além do engajamento na Campanha Nacional de Evangelização “Cristo, a Única Esperança”, promovida pela Convenção Batista Brasileira (CBB), esse novo tempo foi marcado por investimentos na Escola Bíblica, gênese do Instituto Bíblico de Ijuí fundado em 1967 e cujo cinquentenário foi comemorado em 2017 com um novo formato e nova estrutura: a Faculdade Batista Pioneira.

Um relacionamento de grande alcance estabeleceu-se como fruto do engajamento da Pioneira na Campanha das Américas/1969, o que resultou numa parceria que perdura até os dias atuais, através da MASA (atualmente EBM International), com projetos sociais e missionários.

Se por um lado a convenção estava se desenvolvendo através de parcerias, a necessidade de um sistema próprio para o sustento se fazia necessário. Foi assim que aconteceu adesão ao Plano Cooperativo em 1974, o qual consiste em que as igrejas filiadas contribuem com 10% das suas entradas de dízimos para a Convenção Pioneira e, esta, por sua vez, envia 10% das entradas do PC para a CBB. Além da adoção do Plano Cooperativo, as obras do Lar da Criança, do Instituto Bíblico e da nova sede da convenção, juntamente com uma ampla reforma estatutária, fizeram da década de 70 o marco de uma “Nova Pioneira”[10].

A década de 1980 teve outra marca. Foi a renovação através da concretização do sonho missionário, com abertura de novas frentes e novas parcerias (DMG e MASA). Em 1983 a Pioneira chega ao Espírito Santo para o trabalho missionário transcultural em língua pomerana na Serra Capixaba.

Uma nota melodiosa se faz ouvir quando a obra social e a obra evangelizadora estão de mãos dadas. Isso já era uma realidade nos lares de crianças e de idosos, e em 1983 ficou muito clara essa visão da integralidade na pregação do evangelho, quando uma enchente manteve a cidade de Águas de Chapecó submersa por três dias. Com o apoio de MASA foram construídas casas aos flagelados no bairro Bom Pastor. Como fruto direto desse esforço social e evangelístico, nasceu a Igreja Batista Manancial.

Na celebração dos 75 anos no templo da Igreja da Linha Formosa, a convenção contava com 34 igrejas filiadas e mais de 5.800 membros. (75 anos).

Em 1984 com a morte precoce do diretor do ITBI, os planos de criação do curso Bacharel em Teologia foram postergados, até que em 1986 o instituto, sob nova direção, criou o curso Bacharel em Teologia (Curso Livre).

Em Peruíbe (SP), no ano de 1986 a assembleia convencional foi realizada num Hotel, sendo a IBASP a igreja hospedeira. Sensível ao contexto político do Brasil, foi redigido e publicado o Manifesto de Peruíbe[11], significativa contribuição dos Batistas Pioneiros para a elaboração da Constituição Cidadã, promulgada em 1988.

Além das iniciativas que estavam paulatinamente se firmando como juntas e instituições bem estruturadas e eficazes no seu propósito, a Jufemi teve uma outra iniciativa, logo seguida pela Jumap, ou seja, a regionalização da convenção[12].

Além dos encontros regionais, alguns esforços foram ainda mais ousados, como o ocorrido no Oeste de SC (atualmente Regional Centro), onde foi construído o ACAMPAZ, um acampamento regional muito apropriado para retiros. Tais esforços também proporcionaram à Regional do Oeste de SC hospedar a assembleia convencional em 1988, no balneário de Ilha Redonda, Palmitos (SC). Foi nessa assembleia que a Jevam criou o cargo de secretário-executivo de tempo integral. No ano seguinte, 1989, foi criada a Comissão Permanente de sustento pastoral.

A visão de crescimento na área social foi sendo consolidada, e um dos frutos foi a criação do Lar Criança Feliz em Cotia (SP).

Outro desenvolvimento ao final da década de 80 foi a criação do Congresso da Pioneira, com ênfase inspirativa, enquanto as assembleias permaneceram mais deliberativas. Além dos simpósios dirigidos pelas juntas, no plenário a ênfase era devocional, teológica e prática.

A década de 90 foi caracterizada pela grande crise financeira no Brasil, e as consequências na vida convencional foram grandes, a saber: suspensão da publicação dO Batista Pioneiro; a Jevam com grande dependência da parceria com a MASA; déficit sem precedentes no Instituto Teológico que foi renomeado para Seminário Teológico Batista de Ijuí.

Após 12 anos de tratativas, em 1991 a obra social da convenção, sob o nome de Sociedade Batista de Beneficência Tabea, conquistou o título de Utilidade Pública Federal, proporcionando isenção da cota patronal e outras isenções ou imunidade tributária, caracterizando uma nova relação com o poder público, ou seja, ao mesmo tempo que mantém o princípio batista da separação com o Estado, inaugura um relacionamento de cooperação, respeitadas suas respectivas esferas de ação.

Na busca de atualização diante dos novos desafios e da complexidade que a organização obtivera, em 1992 a Convenção aprovou uma nova mudança na estrutura convencional, sob a direção do Conselho de Planejamento e Coordenação e com assembleias bienais.

A reorganização e o tratamento de choque nas finanças proporcionaram a retomada no controle financeiro, o que foi muito comemorado na assembleia de 1994. Uma das consequências práticas foi a retomada da construção do ABP na linha 11; a consolidação da descentralização administrativa por meio das juntas; e um planejamento de longo prazo.[13]

As mudanças se seguiram em ritmo acelerado. Embora a liderança leiga nas igrejas, nas juntas e nas instituições tenha sido uma marca característica da Pioneira, somente em 1994 foi eleito o primeiro presidente “leigo” da convenção (i.é., não consagrado pastor).

Com a chegada do novo milênio caracterizou uma nova fase na visão missionária, mais voltada para as capitais, com implantação de campos missionários em Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis, e a região litorânea de Santa Catarina, com prioridade para Blumenau. Uma decisão de grande impacto foi a transferência da sede da convenção para a cidade de Curitiba. Em 2006 foi adquirida a nova sede e no ano seguinte passou a funcionar em sua nova sede própria. A Visão da Pioneira ficou bem caracterizada pelo slogan: Juntos, façamos mais e melhor.

Houve um impulso no Seminário de Ijuí através de uma parceria com a Faculdade Teológica Batista do Paraná (atual FABAPAR). Os esforços foram coroados de êxito e o Seminário tornou-se a Faculdade Batista Pioneira, com o curso bacharel em teologia reconhecido pelo MEC e a oferta de cursos de extensão por EAD e cursos pós-graduação.

Em 2004 a grande notícia foi que os alvos propostos no planejamento estratégico (1998 a 2010) haviam sido alcançados na metade do prazo.

Na área social, a Sociedade Tabea cresceu na primeira década do milênio com a criação do Lar Irmãos Dentzer, uma ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos) em Toledo (PR), a criação do Núcleo Social de Diadema (NSD) e do Centro de Atendimento Integral ao Surdo (CAIS) em Ijuí.

Em 2008 houve mudança na diretoria executiva da convenção, mantendo, entretanto, as mesmas diretrizes, e em 2009 a convenção passou a ser membro da EBM International, aprofundando assim a parceria internacional , e a participação em missões mundiais.

Em 2010 a grande celebração do Centenário da Convenção Batista Pioneira foi marcada pela assembleia em Santa Cruz do Sul e visita histórica ao templo da Igreja da Linha Formosa, onde tudo começou. Foi lançado o livro OS PIONEIROS 1910 – 2010 Cem anos de história da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil.

Mudanças significativas na legislação brasileira ao longo das duas primeiras décadas do milênio provocaram mudanças estruturais da Sociedade Tabea, transformando a composição e forma jurídica das instituições sociais, e parte de seu imobilizado em novos projetos sociais.

Na última década foram batidos todos os recordes de presença de inscritos nos eventos convencionais, fruto do trabalho bem estruturado das diversas juntas e o forte apoio das igrejas e das regionais. Se por um lado as mudanças no cenário político, econômico e social são impactantes para as igrejas, instituições e para a convenção como um todo, o grande desafio atual está na retomada do crescimento sustentável das igrejas e instituições.

Nosso Deus, que inspirou os pioneiros de cada geração e manteve Sua obra despertando pessoas, transformando vidas e distribuindo talentos ao longo desses 110 anos de história, haverá de conduzir-nos nas decisões que proporcionarão muitos frutos que glorifiquem o Seu maravilhoso nome e conceda o privilégio de sermos igualmente uma geração que se dedica ao Senhor e à Sua obra na certeza de que “…no Senhor o nosso trabalho não é em vão”. Soli Deo gloriae!

1 Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil. Os pioneiros 1910 – 2010: 100 anos de história da CBPSB. Curitiba, 2010. p. 5.

2 Idem, p. 44.

3 Em 1990 o Missionsbote passou a chamar-se O Batista Pioneiro, nome mantido até os dias de hoje. Porém, sua apresentação foi transformada em 2002 quando ganhou formato de jornal e mais tarde passou a ser impresso totalmente colorido.

4 Decreto-Lei nº 1545 de agosto de 1939. Apud, p. 53.

5 Idem, p. 79.

6 Idem, p. 69.

7 Idem, p. 74.

8 Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil. Os pioneiros 1910 – 2010: 100 anos de história da CBPSB. Curitiba, 2010. p. 70.

9 Idem, p. 76.

10 Idem, p. 94.

11 Idem, p. 108.

12 Idem, p. 110.

13 Idem, p. 121. Consta um resumo do Planejamento Estratégico de 1998 a 2010.

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