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 Falar da omissão masculina é falar das minhas próprias omissões. E são muitas as áreas para uma reflexão sincera. Nos meus papéis como filho, esposo, pai, profissional, líder e inclusive na minha saúde, foram muitos os momentos, os comportamentos e as escolhas que no fundo foram formas de omissão. A vida é uma jornada em direção ao potencial que Deus nos presenteou e as omissões podem ser comparadas a um desleixo com esse potencial. Nos perdemos em meio a tantos desejos que temos, as distrações do caminho e na falta de força e ânimo que nos abate. Mas Deus não olha só para quem já fomos ou somos, olha para quem podemos nos tornar! Isso é uma verdade espetacular que renova a fé e a esperança, pois “Deus é Aquele que vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem”  Rm.4.17.  Não importa onde estejamos nessa jornada, em Deus podemos fazer do trajeto à frente algo novo. Importante. Elevado. Eterno!

            Para avaliarmos o que NÃO fazemos, ou fazemos pouco, cabe refletir sobre a nossa natureza masculina. Deus nos fez guerreiros para o seu reino. Nossa estrutura genética nos capacita a sermos valentes, lutadores e conquistadores, detentores de uma força vital que nos foi entregue para propósitos sublimes no reino de Deus. Nosso inimigo, o diabo, sabe que representamos um perigo para o reino das trevas e desde sempre trabalha para neutralizar o guerreiro que há em nós.  Destaco 3 estratégias malignas: ferir, distorcer e desanimar.

O ferir ocorre em maior grau na infância, quando somos mais vulneráveis. Nossas famílias, ainda que com boas intenções, são imperfeitas. O inimigo, se aproveitando disso, nos fere: pode ser por meio de agressões verbais ou físicas, distanciamento do pai, menosprezo de outras crianças e de adultos. Machucados em nossa identidade masculina, crescemos guardando feridas em nosso coração.  O inimigo explora isso, nos afastando da família e de Deus. Buscamos grupos, amigos e uma vida profissional onde somos aceitos, amados e valorizados.

O distorcer ocorre mais quando já crescemos e vemos as possibilidades que existem no mundo. Nós, homens, somos atraídos pelo sucesso, poder, riquezas e prazer. Essas atrações exercem um fascínio, e um desejo desperta outro. Vemos isso na realidade das notícias e estatísticas: em geral, os homens têm problemas com pornografia,  dão mais atenção aos seus trabalhos do que à família.  Querem ter sucesso e segurança, superando outros homens. O inimigo explora nossos atributos masculinos como força, virilidade, desejo de conquista, que Deus mesmo nos deu, mas os distorce para um uso egoísta, indevido e ruim.

E por último, o desanimar ocorre quando não conseguimos superar nossas feridas, não temos o sucesso que gostaríamos, nos vemos como incompetentes ou incapazes para os desafios da vida. Também quando nos decepcionamos com as pessoas, as instituições, com nós mesmos. A fraqueza nos sobrevém, e o sentimento de impotência nos pesa.

Feridos, distorcidos ou desanimados, a omissão com relação aos propósitos de Deus para nós se instala em nosso íntimo e cresce porque damos ouvidos a três “influencers” internos: a vitimização, o medo e a preguiça. Desde Adão, usamos a vitimização para desculpar nossa falta de atitude. Não querendo assumir nossa responsabilidade, jogamos a culpa nos outros, nas circunstâncias, e até mesmo em Deus, que nos fez assim. É fácil ser vítima, porque quem é vítima não precisa mudar. Já, o medo é um algoz terrível: paralisa, assusta, gera ansiedade, mata as nossas oportunidades e quer matar a nossa fé.  E a preguiça é a patrona da “zona de conforto”, que se reflete em nossas prioridades diárias: é mais fácil olhar telas do que ler a Palavra de Deus ou dobrar os joelhos e orar. É mais fácil ter alimentação prazerosa do que saudável. É mais fácil assistir pornografia do que investir no casamento. É mais fácil ficar no sofá do que se exercitar. É mais fácil sentar-se no banco da igreja do que servir aos outros.

Como então venceremos? A vitória começa quando aceitamos o desafio de Jesus: “Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc.1.15b). O primeiro passo é estarmos conscientes das nossas omissões e nos arrependermos delas. A omissão pode ser descrita como: apatia, desleixo, inação, preguiça, desatenção, negligência.  Seu oposto é a diligência: esforço, cuidado, zelo, prontidão, empenho, atenção.  Jesus nos apontou um caminho, quando afirmou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo. 5.17b). Jesus foi um homem de ação e nós podemos ser também.  Ele prometeu: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo.16.33b). Podemos ser vitoriosos com Cristo no poder dEle. Sei o quanto isso é difícil, pois continuo lutando com as minhas omissões a cada dia.  Na prática, venceremos nossas omissões na família, na igreja e na sociedade vivendo o que já somos: homens à sua imagem e semelhança.  Em vez de cultivar prazeres, cultive virtudes. Em vez de ceder ao desânimo, ao medo e à preguiça, se encha de ânimo, força e coragem. Entre em ação! Troque a negligência pela diligência. Pare de ser vítima e olhe para Jesus! Foco naquele que é Todo-Poderoso! Diga sim à vida, à Deus e aos talentos que Ele te deu.  Seja o homem que Deus te fez!

Mas nos enganamos se achamos que podemos fazer isso sozinhos.  Quem anda sozinho é presa fácil para o inimigo. Precisamos andar junto com outros homens que também queiram isso. “Melhor é serem dois do que um, porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro, mas ai do que estiver só; pois caindo, não haverá outro que o levante” (Ec. 4.9,10). Mesmo em nossas igrejas muitas vezes estamos andando sozinhos, sem ter alguém para compartilhar nossas lutas. Não basta sabermos a verdade, precisamos de apoio para colocá-la em prática.  Tenho experimentado e visto como Deus abençoa os homens que andam em grupos de compromisso no aprendizado e prática da Palavra. Destaco algumas ferramentas que Deus tem usado para transformar vidas: “Cada Homem um Guerreiro”, “Homem ao Máximo”, e também o “TOP dos Legendários”. São instrumentos que tem em comum o chamado à hombridade sadia, ao arrependimento, a um compromisso diário com Deus.  Nosso grande desafio permanece o mesmo: “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mt. 28.19).

Homem, você é um discípulo de Jesus? Está vivendo para valores eternos? Está sendo diligente nisso? Ou está sendo presa das artimanhas do inimigo, que quer matar, roubar e destruir? (Jo. 10.10a). A omissão é uma escolha. A disposição também! Não espere acordar amanhã disposto. Decida HOJE ser um homem disposto. Clame a Deus por disposição para a tua Missão! “Não te mandei eu? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar!” (Josué 1.9).

Gilberto Weber.